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Leicester goleou o Forest por 4 a 0 (Foto: Divulgação/NFFC) |
Desde que postei o último texto sobre o Nottingham Forest, a
equipe de Steve Cooper fez mais três duelos: em casa, contra Bournemouth e
Fulham, e fora, diante do Leicester. O cenário foi o pior possível, com três
derrotas e o time afundado na lanterna, com apenas quatro pontos.
Nos duelos em casa, contra outros times que subiram, a
vitória era mais do que obrigação. No City Ground, o Forest saiu em vantagem nos
confrontos contra Bournemouth e Fulham. O resultado final? Duas derrotas de 3 a
2. Se não bastasse, contra os Cherries, o Forest vencia por 2 a 0 e
levou a virada no segundo tempo.
Parece que quando o Forest toma um gol, os jogadores
simplesmente tem um apagão e o adversário aproveita para tomar as rédeas da
partida e construir sua vitória. Basta ver nos últimos dois jogos. O Fulham
marcou três gols em seis minutos. O Leicester, com Maddison e Barnes, anotaram
dois tentos em menos de dois minutos. E depois de levar a virada, os comandados
de Steve Cooper não esboçam nenhum tipo de reação, praticamente aceitado a
derrota.
Taticamente, os erros seguem sendo os mesmos que mencionei
no último texto. O meio-campo é ineficiente, sem conseguir fazer com que a bola
chegue nos atacantes, fazendo-os ser pouco participativos. A defesa, é uma
verdadeira peneira, cedendo diversas oportunidades aos rivais – nos últimos
três jogos, o Forest sofreu 40 finalizações.
Ao menos, Cooper percebeu que enfrentando defesas, na sua
maioria, com jogadores fortes fisicamente, não tinha como usar Brennan Johnson
e Gibbs-White em uma dupla móvel. Awoniyi precisava entrar no 11 inicial para
ser a referência lá na frente. O nigeriano até fez sua parte, com um gol contra
o Fulham, mas ainda participa pouco do jogo.
Lingard, que defendi sua contratação muito pelo que fez na sua
rápida passagem pelo West Ham, não entregou absolutamente nada até o momento. Em
termos de características, o camisa 11 é muito parecido com Gibbs-White, de ser
aquele meia vertical, partindo para cima da marcação e arriscando a finalização
ou dando o passe decisivo para um eventual gol. A entrada de Freuler na vaga de
Lingard ajudaria o Forest a ter um jogador que cadencia e pensa o jogo, fazendo
com que a bola possa chegar com mais qualidade ao ataque.
Além de algumas insistências do treinador, nem a folga no
calendário fez o time demonstrar alguma evolução. Foram 13 dias livres entre a
partida do Bournemouth contra o Fulham, devido ao falecimento da Rainha
Elizabeth II, e mais 16 dias até o jogo frente ao Leicester.
Contra o Leicester, uma mudança tática, saindo o esquema de
cinco defensores para um 4-2-3-1. Por um lado, parecia ser bom preencher mais o
meio-campo, mas defensivamente, foi um verdadeiro horror. Jogando como laterais
e não alas, Williams e Renan Lodi não viram a cor da bola. O brasileiro sonhou
com Maddison, já o galês, levou diversas bolas nas costas, com dois gols saindo
pelo seu setor.
O início pareceu promissor ao bicampeão europeu,
principalmente após Awoniyi colocar uma bola na trave de Ward. Mas, três
minutos depois, o Leicester abriu o placar com Maddison, que terminou com uma
goleada dos mandantes por 4 a 0.
Com o time estagnado, não há dúvidas de que a batata de
Steve Cooper esteja assando. Como nós sabemos, o proprietário do Forest não
pensa duas vezes antes de fritar seus treinadores, basta ver seu outro clube, o
Olympiakos, que já está em seu terceiro técnico neste início de temporada.
Por mais que o Forest não tenha feito um grande jogo na
Premier League, acredito ainda que Cooper deva ser mantido no comando técnico.
O treinador precisou montar um time praticamente do zero e os resultados não
viriam de imediato. O ponto que mais preocupa é que mesmo com intervalo grande
entre os últimos jogos, a equipe não apresentou nenhuma evolução e cometendo os
mesmos erros de outrora. Talvez seja a hora do galês querer fazer o simples e
escalar os jogadores que deram melhor resposta nas partidas.
Além da pouca evolução do time dentro de campo, derrotas
contra os times que subiram, pioram ainda mais este início de temporada. Se
você não ganha das equipes que teriam o mesmo nível que o seu, vão ganhar de
quem? Vale lembrar que o Forest encarou apenas Tottenham e Manchester City do
big-6, ou seja, ainda terão outras pedreiras pela frente. Além dos gigantes,
ainda tem duelos contra times que, mesmo não sendo tão fortes, incomodam e são
competitivos, como o Brighton e Brentford.
Já vimos em exemplos como o Watford, que tem uma série de treinadores durante sua estadia na elite, o desfecho no final é o rebaixamento. Cooper está sob aviso, sem dúvidas, e se até a Copa do Mundo o Forest estiver na mesma situação, aí sim o treinador irá dançar.