Dentre os cotados, veio o pior

 

Mano Menezes em jogo do Al Nassr (Foto: Divulgação/AFC)

Depois de muito tempo, o torcedor colorado teve um motivo para sorrir. No domingo, o time venceu sua primeira partida no Brasileirão, ao derrotar o Fortaleza por 2 a 1, na despedida de D’Alessandro. Mas a alegria durou pouco. Após a demissão de Alexander Medina, o Inter anunciou Mano Menezes como novo treinador da equipe, assinando contrato até o final da temporada.

O nome de Mano já havia começado a circular no sábado, um dia depois do desligamento de Medina. A vinda do novo comandante tem o aval de Paulo Autuori, que, neste momento, defende a tese de apostar no simples, ao invés de arriscar com outro treinador estrangeiro.

Apesar da identificação com o Grêmio, Mano treinou nas categorias de base do Inter entre 2000 e 2002, e de lá, foi para o Guarani de Venâncio Aires. Em suas mãos, passaram alguns jogadores como Marcelo Boeck e Nilmar.

O último trabalho do treinador havia sido no Al Nassr, da Arábia Saudita. Apesar dos bons números, com nove vitórias em 16 jogos, Mano foi demitido após um início ruim no Campeonato Saudita e, desde então, encontra-se desempregado.

Aqui no Brasil, seus últimos trabalhos foram no Palmeiras e Bahia. Em 2019, pelo clube paulista, durou somente quatro meses e foi demitido depois de uma derrota para o Flamengo. No ano seguinte, pelo Bahia, chegou para substituir Roger Machado. Com o time na 16° posição, o técnico não resolveu os problemas defensivos da equipe e pediu demissão. Pelo tricolor de aço, foram 24 jogos e oito vitórias.

Em compensação, pelo Cruzeiro, foi o último bom momento vivido pelo treinador. Chegou ao clube mineiro em 2016 e venceu a Copa do Brasil de 2017 e 2018. Porém, em 2019, mesmo com o título estadual, não resistiu aos resultados ruins e foi demitido em agosto. Ao final daquela campanha, o time amargou seu primeiro rebaixamento na história.

Contratar Mano Menezes como treinador, significa que o Inter assinou o atestado de que o objetivo da temporada é brigar para não cair. Desde que assumiu a presidência do clube no início de 2021, a gestão de Alessandro Barcellos vai para seu quarto técnico. Com o discurso de ruptura, queria um time propositivo, demitiu Abel Braga e trouxe Miguel Angel Ramirez. O espanhol durou seis meses e foi substituído por Diego Aguirre, que terminou o Brasileirão de maneira melancólica, na 12° posição. Novo ano, mantendo a sua promessa, veio Alexander Medina para 2022 e, mais uma vez, o tiro saiu pela culatra.

O que podemos ver, é que Barcellos está completamente perdido. A demissão de Medina e a vinda de Mano Menezes, mostram os mesmos erros de 2021. Com o tão falando jogo propositivo não dando certo, recorre a um treinador burocrático logo na sequência, para tentar salvar a temporada.

Se Alessandro Barcellos já está sendo extremamente criticado por suas escolhas, a vinda de Mano Menezes soa como um deboche com a cara do torcedor, que sempre foi contra a sua vinda, desde que o seu nome passou a ser sondado.

Nos últimos anos, o Inter funcionou melhor nas mãos de técnicos mais reativos, só que os trabalhos mais recentes do novo treinador, não expiram nenhuma confiança. Para nós, os torcedores, resta nos acostumarmos em ver um time postado lá atrás, jogar por uma bola no contra-ataque e aguentar a pressão do adversário.

Basicamente, a temporada do Inter começará em abril. No Brasileirão, com o objetivo de se manter na elite, é lutar pelos 45, 46 pontos. Na Sul-Americana, sendo muito otimista e tudo dando certo, ao menos, avançar para o mata-mata – lembrado que só o líder do grupo avança para a próxima fase. 

Além do novo treinador, ainda tem uma série de jogadores para estrear com a camisa do Inter: Vitão, Pedro Henrique, Wanderson e Alan Patrick. Este último, sem dúvidas a melhor contratação para a metade da temporada. Uma posição carente no elenco colorado e que pode agregar muito no meio campo-colorado. A ver como poderá se encaixar no esquema de Mano Menezes e no lugar de quem entrará na equipe.

Talvez com um treinador que conheça o ambiente turbulento do futebol brasileiro e, principalmente, fazendo o simples, ainda mais com jogadores que já se mostraram que rendem melhor com técnicos reativos, possamos ter um segundo semestre de mais tranquilidade. Oremos, querido torcedor, porque não será fácil.