Leclerc dominou o GP do Bahrein (Foto: Divulgação/Scuderia Ferrari) |
Sempre que a
Fórmula 1 anuncia uma mudança de regulamento, gera aquela expectativa de qual
equipe acertará mão do novo carro e se haverá alguma surpresa. A Ferrari deu o
que falar na pré-temporada, com muitos pilotos colocando a escuderia italiana
como a favorita nesse começo de ano. Deu a lógica. Logo na primeira corrida do
ano, dobradinha da Ferrari, com Leclerc conquistando a vitória no GP do
Bahrein.
É cedo para
fazer qualquer tipo de comentário, mas a impressão deixada nessa primeira
corrida com os novos carros, me deixa otimista. O grid andou bem junto e o
efeito solo facilitou as ultrapassagens. Foi normal vermos carros que estavam
quase um segundo atrás, abrir a asa e ganhar a posição. E o fato de termos tido
várias brigas, nas mais diversas partes do pelotão, é algo que empolga também.
Pode-se dizer
que Leclerc conseguiu uma vitória sem grandes sustos. Se bem que Verstappen
tentou estragar a festa, conseguindo ultrapassar o piloto do 16 em duas
oportunidades, mas o monegasco deu o troco logo na sequência para recuperar a
liderança da prova. Depois disso, o piloto da Ferrari disparou e mesmo com a
entrada do safety-car na reta final prova, rumou para uma vitória tranquila.
A prova de que
a Ferrari acertou a mão no motor, foi o ressurgimento de equipes que vinham de
temporadas apagadas. Haas e Alfa Romeu conseguiram boas posições no treino de
classificação e somaram bons pontos nessa primeira etapa. Magnussen, que voltou
em cima da hora para a Haas, terminou em quinto e até brigou com Hamilton em
determinada parte da corrida. A dupla da Alfa Romeu também merece menção.
Bottas, que despencou para 14° na largada, se recuperou para terminar em sexto,
e o estreante Guanyu Zhou, fechou o top 10.
Quem pouco
apareceu na transmissão, mas saiu com alguns pontinhos importantes, foi a
Alpine. Ocon se envolveu em um toque com Mick Schumacher logo na primeira volta
e recebeu cinco segundos de punição, finalizou em sétimo e Alonso, que se
aproveitou dos abandonos da Red Bull, terminou em nono.
Indo para o
lado negativo: Mercedes. Mesmo vindo com um conceito inovador no seu carro, usando um sidepod completamente diferente das demais equipes, Hamilton e Russell
levaram um baile. Comparando com o tempo da pole, o heptacampeão ficou a 0.680,
na quarta posição, e Russell, nada mais do que 1.658, largando em um modesto
nono lugar. Na corrida, a dupla ficou bem para trás e o pódio só caiu no colo
de Hamilton, graças ao abandono dos dois carros da RBR.
As equipes
clientes da Mercedes, tiveram um desempenho pífio. O melhor colocado foi
Stroll, na 12° posição. A McLaren, que vinha de dois bons anos, conquistando
pódios e quebrando um incômodo jejum de vitórias no GP de Monza de 2021, teve
sua dupla terminando em 14° e 15°.
Já nos treinos
livres, era visível que o motor Mercedes tinha um déficit em relação aos
demais. Toto Wolff indica que a equipe sofre um arrasto maior, perdendo mais
potência nas retas longas.
Não tem como
não falar da Red Bull. Os austríacos foram a única equipe que incomodou a
Ferrari. Estavam em boas posições, mas, por um erro de cálculo, colocou menos
combustível nos carros e ambos abandonaram. Além desse erro, Verstappen sofreu
com outros problemas no domingo. Começando com os freios e depois no volante.
Um início promissor, que se transformou em pesadelo.
Lembrando que
nesse final de semana já tem corrida, no estreito e veloz circuito de rua em
Jeddah, na Arábia Saudita.