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Awoniyi celebra gol contra o Everton (Foto: Divulgação/NFFC) |
Na semana que o Nottingham Forest faria sua estreia na
Premier League, fiz um texto escrevendo o que poderíamos esperar dos Reds em seu retorno à elite. Agora, passado cinco jogos da competição, decidi escrever
mais uma vez, analisando um pouco do desempenho do time até o momento.
Vale lembrar que quando saiu o texto anterior sobre o
Forest, a janela ainda estava aberta, com isso, chegaram mais reforços. Até o
momento, foram 18 contratações – entre elas, Renan Lod, Remo Freuleri e Morgan
Gibbs-White, meia, ex-Wolves e contratação mais cara da história do clube.
Com quase 20 contratações, sendo montado um time quase do
zero, é muito difícil exigir resultados imediatos. Steve Cooper tem a ingrata
missão de entrosar o time com a temporada em andamento. O treinador já tem uma
equipe base, mas ainda tem algumas incertezas e está fazendo alguns testes.
As maiores dúvidas estão no ataque e no setor de criação. Nas
primeiras três rodadas, Cooper optou por jogar com um centroavante. Surridge
começou contra o Newcastle e Awoniyi nas partidas frente a West Ham e Everton.
E nas últimas duas rodadas, o treinador preferiu um ataque de mais
movimentação, usando jogadores leves e Gibbs-White e Johnson formaram a dupla
ofensiva. Já no setor de criação, Lingard, até o momento, não marcou gols ou
deu assistências. Com um desempenho bem abaixo, o meia já foi para o banco
contra o Manchester City, sendo substituído por Remo Freuler.
Na abertura do campeonato, um adversário complicado. O
Newcastle simplesmente martelou o Forest, com 23 finalizações, e venceu, sem
sustos, por 2 a 0. Os Reds, tiveram cinco chutes, mas nenhum foi ao gol
defendido por Nick Pope.
Nas duas rodadas seguintes, foi um misto de sentimentos.
Primeiro, a vitória sobre o West Ham por 1 a 0, com gol de Awoniyi. Mesmo com o
triunfo, foi um jogo bem aberto, com 19 finalizações dos Hammers e 13
dos Reds. Sendo que Henderson ainda defendeu um pênalti de Rice na
segunda etapa. Na partida seguinte, ida para o Goodison Park encarar o Everton.
Mais um duelo aberto, com ambos os times criando muitas oportunidades e, mesmo
fora de casa, o primeiro gol foi do Forest: Brennan Johson, aos 36 do segundo
tempo. Porém, aos 44, Gray, com uma assistência de Pickford, deixou tudo igual
para os mandantes.
E para fechar, viriam duas pedreiras: Tottenham e Manchester
City. Deu a lógica e o Forest perdeu as duas partidas. 2 a 0 para os Spurs e um
dolorido 6 a 0 diante do City.
Por mais que os últimos dois jogos já esperássemos a
derrota, o empate contra o Everton, é uma situação que não pode ocorrer.
Possivelmente, os Toffes sejam um concorrente direto na luta pelo meio da
tabela, e quando se sai ganhando um jogo desses, é preciso segurar o resultado.
O gol sofrido, a defesa estava em linha alta e Gray entrou cara a cara com
Henderson para deixar tudo igual.
A defesa, inclusive, que era tida com um dos pontos fortes,
tem sido bombardeada em todos os jogos. São 96 chutes sofridos, levando 11
gols. Não há dúvidas que se não fosse por Henderson, talvez o Forest sequer
tivesse ganho do West Ham, ou conseguido sair com um empate em Liverpool. E é
aquele ditado: “quando o goleiro é o melhor do time, é porque tem algo errado.”
A escolha por um ataque sem centroavante, não se mostrou
acertada. Gibbs-White é meia, poderia fazer a função de Lingard e colocar
Awoniyi para ser a referência, já que estamos falando de Premier League, uma
liga em que os defensores são extremamente físicos e precisa de alguém lá na
frente, seja para fazer gols, quanto para o pivô. O que vimos muitas vezes até
agora, é Johnson cercado por defensores, com a bola chegando pouco nele. A presença
de Awoniyi no ataque, ajudaria o galês a explorar sua velocidade e participar
mais do jogo.
Um outro ponto que incomoda também são nas substituições.
Apenas nos últimos dois jogos, Cooper optou por fazer todas as cinco
substituições. Falando mais uma vez do confronto diante do Everton. Freuler
sequer saiu da reserva, sendo que era um jogador que poderia colocar a bola no
chão e cadenciar o jogo, ou até uma opção mais ofensiva com Dennis podendo ser
uma válvula de escape na velocidade para contra-ataques.
Claro que eu não quero que o time faça um gol e se
retranque, até porque esse não é o estilo de Steve Cooper. Mas naquele momento
do jogo, já havia entrado Kouyaté para ser o volante, por isso, não fazia
sentido o time estar com as linhas tão adiantadas. Com o jogo perto dos
acréscimos e a vantagem no placar, não é nenhum crime descer a marcaçã
Mas nem tudo é tragédia. Mesmo nas últimas duas derrotas,
houve pontos positivos. O principal é que mesmo diante de adversários fortes, o
Forest não mudou seu estilo de jogo para querer jogar na retranca. No duelo frente
aos Spurs, em várias partes do confronto, o Forest teve a bola, rondou a área e
não foi ameaçado. Contra o City, o time até tentava sair jogando a partir da
defesa, mas a marcação pressão da equipe de Guardiola, não deixou os Reds
jogarem.
A briga do Forest é se manter na Premier League. Por mais
que as contratações, no papel, tenham sido muito boas – e necessárias – o
entrosamento vai ocorrer ao longo da temporada. Mantenho a opinião de que, se o
time der liga, dá para se manter na elite, já que a parte intermediária da
tabela é muito equilibrada
Na próxima rodada, será um duelo de desesperados contra o Bournemouth. Jogando em casa, Cooper deverá ir com uma escalação mais ofensiva – de preferência, com Awoniyi no ataque e Lingard, no banco de reservas.