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Jogadores do Forest durante um amistoso (Foto: Divulgação/NFFC) |
Neste sábado, às 11h, o Nottingham Forest fará sua reestreia
na Premier League, encarando o Newcastle, no St. James Park. Foram 23 anos
longe da elite e agora, que falta pouco para recomeçar a liga, eu, como
torcedor dos Reds, decidi escrever esse texto comentando sobre o que
esperarmos do clube na PL, além de fazer uma análise do elenco.
Como qualquer time que sobe, o objetivo é se manter na
primeira divisão. Nos últimos anos, as equipes que sobem têm feito o famoso “bate
e volta”, e os que sobrevivem mais de uma temporada, caem depois de dois anos,
como foi o caso do Sheffield United. Vale citar o exemplo do Brentford. Baseado
no moneyball, o time fez uma campanha sem sustos na última edição da
Premier League, terminando em 13° lugar, mostram que se o elenco for bem
planejado, é possível sobreviver na elite.
Uma das primeiras coisas que chamaram a atenção após o
acesso do Forest, foi o grande número de contratações: 12. Logo de cara, muitos
lembraram do Fulham na temporada 18/19, que havia quase montado um time do zero
e caiu logo de cara. Só que com os Reds, a situação é diferente. Da
equipe campeã dos playoffs, saíram três nomes fundamentais, como Samba, Spencer
e Gardner, além de outros reservas, que talvez não tivessem a qualidade
necessária para a PL. Ou seja, o elevado número de transferência não é por
acaso.
Ao menos, o Forest optou por trazer jogadores jovens, mas
com experiência na primeira divisão. Em muitos casos que há uma reformulação no
elenco, os clubes que sobem optam por contratar medalhões, que estão encostados
em times grandes ou vem de temporadas ruins. O mais importante, foi o Forest ter
pensado diferente dos demais – se isso dará certo, é outra história.
Nos cinco jogos de pré-temporada, foram duas vitórias, um
empate e duas derrotas. Lógico que são jogos preparatórios e o mais importante
é entrosar os jogadores, e de todos os reforços, apenas Mangala não jogou, já
que foi a última contratação. Com o início da PL, caberá a Steve Cooper acertar
o elenco com o decorrer da temporada.
E para o Forest ir bem, depende muito da manutenção de Steve
Cooper no comando. É conhecido que o proprietário do Forest, o grego Evangelos
Marinakis, é pavio curto quando o assunto é demissão de treinadores. Somando os
interinos, são nove treinadores em sua gestão. E sabemos que quando um time
muda muito de treinador, qual é seu destino ao final da temporada, e o Watford
é um bom exemplo disso.
Abaixo, o time base que eu imagino que seja o titular para a
temporada.
A primeira troca já acontece no gol, com a saída de Samba e
a chegada de Dean Henderson, goleiro de seleção inglesa e presente no elenco
vice-campeão da última Eurocopa. O inglês é um grande substituto, já que o
congolês pediu para deixar o clube. Henderson, que estava no Manchester United,
fez duas temporadas por empréstimo no Sheffield United entre 2018 e 2020 em
grande nível e em seu retorno aos Red Devils, até fez sombra para De
Gea, mas não conseguiu ser titular. O único porém, é que o arqueiro vem por
empréstimo, sem opção de compra e, caso o Forest permaneça na elite, talvez
precise ir atrás de outro jogador para a posição no ano que vem.
Nas duas alas, também ouve mudanças. No lado direito, vem
Neco Williams, do Liverpool, e Giulian Biancone, do Troyes. Já na esquerda,
chegam Omar Richards, do Bayern de Munique, e Harry Toffolo, do Huddersfield. E
essa era uma posição carente no elenco, já que Steve Cooper usou Colback
improvisado naquele setor. Pela lógica, Williams e Richards devem ser os
titulares, mas o segundo, vai precisar esperar um pouco para estrear, já que
está lesionado, com isso, Toffolo deverá começar a temporada no 11 inicial.
O setor menos mexido, acredito eu, será no trio de zaga.
Worrall e McKenna, ambos com 25 anos, ainda são jovens e demonstraram muita
segurança no ano passado. Para a Premier League, terão o acréscimo de Moussa
Niakhaté, vindo do Mainz 05. O francês era um dos destaques da Bundesliga e
chega para ocupar o lugar de Steve Cook, que ainda seguirá sendo uma boa
alternativa no elenco, já que é um nome com experiência na primeira divisão,
pelo seu tempo de Bournemouth. Inclusive, será interessante ver como Niakhaté
se encaixará no time, já que seu estilo é bem diferente de Cook. Enquanto o recém
contratado é um zagueiro moderno, com bom tempo de bola, sabe jogar com os pés
e até marca gols, Cook é aquele cara mais “durão”, que prefere fazer o simples.
Abrindo o meio de campo, também houveram várias novidades. O
volante deve seguir sendo Ryan Yates. Para a segunda função do meio, duas
contratações: Lewis O’Brien, do Huddersfield, e Orel Mangala, do Stuttgart. Com
o segundo levando vantagem para começar no time titular, por ter mais
experiência na primeira divisão, pelo seu tempo de Stuttgart, já que O’Brien, mesmo
estando no futebol inglês, nunca jogou na PL. Na criação, o nome mais pesado:
Jesse Lingard. Para não estender tanto, já havia publicado um texto aqui no blog, sobre o que esperarmos do meia com a camisa do Forest.
E para encerrar, o ataque, que, na minha opinião, é a
posição mais carente. A principal e única contratação foi Taiwo Awoniyi. Aos 24
anos, o jogador foi artilheiro e destaque do Union Berlin, anotando 25 gols com
o time da capital alemã. Para formar dupla com o nigeriano, tem Brennan Johnson,
cria da base do Forest e eleito o melhor jogador jovem da última Championship.
Se a dupla titular é forte, faltam alternativas no banco de reserva. Nenhuma
das duas opções, Nuno da Costa e Lyle Taylor estão à altura de jogar na elite.
Alguns nomes tem sido ventilados: Emmanuel Dennis, do Watford, Jordan Larson,
atualmente sem time, e o que mais empolga – consequentemente, seria o mais caro
e difícil – Alassane Plea, do Borussia Monchengladbach.
Vale lembrar que a janela da Premier League se encerra no dia 1° de setembro. Ou seja, ainda tem quase um mês para a entrada e saída de jogadores, apesar que, neste momento, acredito que seja mais fácil alguns nomes deixarem o Forest do que chegarem novos reforços.