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O Real Madrid é o atual campeão da Supercopa (Foto: Divulgação/Real Madrid) |
No final desta semana, surgiu na imprensa uma notícia de que a UEFA queria mudar o formato da Supercopa, campeonato que abre a temporada europeia e que coloca frente a frente os vencedores da Liga dos Campeões e Liga Europa. A ideia da federação é fazer o torneio com quatro equipes, acrescentando o campeão da Conference League e, pasmem, o vencedor da Major League Soccer, a liga de futebol dos Estados Unidos.
Com o acréscimo de um time americano no torneio, a ideia da
UEFA é tentar expandir ainda mais o futebol europeu na terra do Tio Sam. Mas a
gente sabe que por trás, deve ter muito dinheiro envolvido.
A mudança no torneio é bem-vinda, principalmente por
acrescentar o campeão da Conference League. Só que a ideia de ter um time de
outro continente, não faz o menor sentido. Essa bizarrice lembra muito a
Supercopa da Espanha, que passou a ser disputada por quatro equipes, e logo na
primeira edição, a final foi entre Real Madrid e Atlético de Madrid, que sequer
haviam sido campeões de La Liga ou da Copa do Rei na temporada anterior.
É notório que o futebol nos Estados Unidos tem chamado a
atenção por suas contratações. Sejam por contratar nomes de peso que estavam na
Europa, ou em jovens promessas da América do Sul. Só que ainda assim, estão
muito atrás do México. Para se ter noção, desde que a Concachampions é
disputada no formato atual, os mexicanos foram campeões em 13 das 14 edições, a
exceção fica exatamente na última temporada, quando o Seattle Sounders bateu o
Pumas.
Mesmo com grandes investimentos, jogadores de renome, estádios
de primeiro mundo, o futebol ainda está engatinhando nos EUA, tanto que está
atrás do México, que apesar de não ter o mesmo renome, é uma liga organizada,
com clubes fortes e até um bom poderio financeiro. É só ver que nos confrontos
contra sul-americanos no Mundial, os times mexicanos sempre jogam de igual
contra os clubes daqui.
Se a UEFA quisesse fazer algo simples, os três campeões
europeus se enfrentariam entre eles e quem somasse mais pontos, era o campeão.
Mas já que a ideia é essa atrocidade com quatro times, usaria a estratégia do
Mundial de Clubes e colocar o campeão do país sede, ao menos, seria uma equipe europeia,
e ficaria algo “menos estranho”.
Uma outra solução, seria simplesmente levar a Supercopa para
ser jogada nos Estados Unidos. Basta ver em amistosos de pré-temporada que são
disputados por lá, sempre com um grande público. Um grande exemplo foi em 2014,
Manchester United e Real Madrid colocaram 109 mil pessoas no Estádio de
Michigan, o maior do país.
Além de que, a Supercopa já deixou de ser um torneio local.
Com exceção de Inglaterra e Alemanha que mantém seus jogos em Wembley e
Olímpico de Berlim, as outras ligas, levam seus duelos para outras partes do
mundo. A Supercopa da França já teve jogos no Gabão, Tunísia, China, Canadá e
Israel. A Itália com partidas na Líbia, China, Qatar e Arábia Saudita e
Espanha, que também tem seus confrontos em território saudita.
Por mais que a entidade também queira valorizar mais a
Supercopa, ela é um torneio em que os times nem entram tão focados, afinal, a
temporada está no começo, as equipes ainda estão em formação, podendo contratar
e vender jogadores, além dos próprios atletas, que estão voltando de férias e
não estão no seu melhor físico.
Independentemente do que a UEFA decidir, o formato que nós conhecemos será disputado até 2023. O projeto da nova Supercopa ainda será votado na Associação de Clubes Europeus.